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CPMI do INSS vira palco de narrativa eleitoral contra André Moura

  • Foto do escritor:  Cleiton Bianucci
    Cleiton Bianucci
  • há 12 minutos
  • 3 min de leitura

Movimento interno no PT teria articulado a inclusão do nome do ex-deputado na CPMI com objetivo de desgastá-lo politicamente em Sergipe às vésperas das eleições de 2026

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Uma movimentação recente na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS ganhou contornos políticos que extrapolam o foco inicial de investigação sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social. Segundo revelou o jornalista Cláudio Nunes, uma fonte influente do Partido dos Trabalhadores (PT) no Congresso afirmou que a aparição repentina do nome do ex-deputado federal André Moura durante as sessões da CPMI integrou uma estratégia para desgastá-lo eleitoralmente em Sergipe antes do pleito de 2026.


De acordo com o relato, o movimento teria partido do núcleo político que assessora o senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do partido no Senado e pré-candidato à reeleição. O grupo teria identificado em André Moura o adversário de maior potencial eleitoral nas pesquisas internas e, a partir daí, buscado associar seu nome ao caso do INSS.


Após conversas com figuras petistas de expressão nacional, como Paulo Pimenta e Rogério Correia, teria sido acionada a “fórmula”: fabricar o rótulo “Dono do INSS”, mesmo sem citações formais do ex-parlamentar em inquéritos da Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) ou Ministério da Justiça, e forçar sua convocação à CPMI.


A expressão “Dono do INSS”, segundo o texto de Cláudio Nunes, não tem histórico na política sergipana nem nacional. Jamais teria sido utilizada para se referir a André Moura, nem quando ele ocupava posições de destaque como líder do PSC e posteriormente líder do Governo no Congresso.


O rótulo, diz o jornalista, seria um produto de marketing político, concebido para gerar reconhecimento imediato e associação negativa, reproduzindo uma velha tática eleitoral: repetir uma suspeita até que ela soe como verdade.


Entretanto, o plano encontrou resistência nos fatos. O ex-diretor do INSS Alexandre Guimarães, em depoimento à CPMI, negou conhecer pessoalmente André Moura e afirmou ter mantido contato apenas com a assessoria da Liderança do PSC, à época da indicação de cargos técnicos. Diante da ausência de provas, três requerimentos para convocar Moura — todos assinados por deputados do PT e apresentados em agosto deste ano — foram rejeitados pelo colegiado.


Outro elemento destacado por Nunes reforça o caráter controverso da tentativa de vinculação: a deputada Yandra Moura (UB-SE), filha do ex-deputado, assinou e apoiou desde o início o requerimento de criação da CPMI do INSS. Para o jornalista, esse fato contradiz a lógica da suspeita — afinal, se houvesse qualquer risco real de envolvimento do pai, seria improvável que Yandra se expusesse ao endosso público da investigação.


Segundo o texto, o caso exemplifica o manual clássico da comunicação política negativa:


1. Cria-se um rótulo;

2. Enquadra-se o adversário em uma crise nacional;

3. Força-se o tema em uma arena institucional, como uma CPI;

4. E, por fim, explora-se o noticiário com insinuações, mesmo sem base probatória concreta.


Assim, o ônus da prova é invertido — primeiro se escolhe o alvo, depois se tenta encontrar um fato que sustente a acusação. Quando não há provas, mantém-se a fumaça: “se está na CPI, algo deve haver”.


Ainda conforme apurou o jornalista, há articulação coordenada para manter o nome de André Moura em pauta, por meio de requerimentos parlamentares e da disseminação do rótulo nas redes sociais e em blogs ligados a figuras do PT, tanto em Sergipe quanto em Brasília.


Uma segunda fonte, com trânsito entre assessores de Rogério Carvalho no estado, afirmou sob condição de anonimato que a tentativa de associar Moura ao escândalo do INSS não será o único movimento da campanha petista. A expectativa é de que novas ofensivas narrativas sejam lançadas até as eleições de 2026, mesclando ataques, fake news e estratégias de desgaste.


Ao fim, a análise de Cláudio Nunes conclui que o caso fala mais de engenharia narrativa do que de verdade factual. O rótulo “Dono do INSS” não resistiu ao teste das evidências, limitando-se à retórica e a slogans repetidos.


“Quando o ruído baixa, sobra o essencial: a completa ausência de provas”, encerra o texto.


Com informações do jornalista Cláudio Nunes.

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