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Entre o teatro e a estratégia: Binho move peças no tabuleiro político de São Domingos

  • Foto do escritor:  Cleiton Bianucci
    Cleiton Bianucci
  • 4 de jul.
  • 2 min de leitura

Na política, os bastidores muitas vezes dizem mais do que os discursos públicos. E em São Domingos, o que se vê nos corredores da Prefeitura e nos eventos municipais é um verdadeiro jogo de xadrez, em que o prefeito José Wagner, o Binho, parece mover suas peças com precisão maquiavélica, tendo como principal objetivo a preservação do próprio poder e o enfraquecimento de aliados quando conveniente.


Em um movimento que surpreendeu até mesmo membros do seu grupo político, Binho lançou, de forma prematura, o nome do ex-prefeito Pedro da Silva, popularmente conhecido como Pedrinho, como seu possível sucessor em 2028. À primeira vista, o gesto poderia ser visto como um ato de generosidade política e continuidade administrativa. Mas, na prática, o que se observa é justamente o contrário.


Desde o anúncio, as portas da Prefeitura e da administração municipal parecem ter se fechado para Pedrinho. Nomeações, liberação de obras e espaços de diálogo que poderiam fortalecer o ex-prefeito têm sido negados ou postergados. A estratégia, segundo fontes próximas ao grupo, seria clara: desgastar o nome de Pedrinho ao longo do tempo, tornando-o inviável politicamente até 2028, quando as articulações para a sucessão estarão em pleno vapor.


Enquanto Pedrinho enfrenta dificuldades até para circular nos corredores do poder, um outro nome vem ganhando espaço de forma discreta, mas constante: Juninho, o braço direito do prefeito. A mando do próprio Binho, segundo informações de bastidores, Juninho tem se articulado em eventos no município, sempre ao lado do prefeito e estrategicamente posicionado nas fotos oficiais.


Há quem diga, inclusive, que Juninho já possui hoje mais prestígio que o próprio Pedrinho e até que a primeira-dama do município. O entrosamento entre Binho e Juninho em reuniões e solenidades chama atenção, com poses ensaiadas para fotos e discursos afinados, enquanto Pedrinho segue à margem do protagonismo.


Na disputa estadual, Binho declarou apoio ao ex-deputado Venâncio Fonseca, reforçando a parceria política que há tempos se desenha nos bastidores. Contudo, mais uma vez, o discurso oficial destoa da prática. O líder do governo na Câmara de Vereadores, Washington — que além de aliado é parente da primeira-dama —, declarou voto em um candidato diferente. O episódio levanta um questionamento inevitável: afinal, a quem Binho tenta enganar?


Fica evidente que, ao tentar agradar a dois senhores, o prefeito acaba expondo fissuras em sua própria base e alimentando um clima de desconfiança que pode ser difícil de conter no futuro.


O lançamento do nome de Pedrinho como sucessor, ao que tudo indica, é apenas uma peça no tabuleiro de Binho. Com o tempo e o desgaste planejado, o nome de Pedrinho deve chegar a 2028 fragilizado, abrindo caminho para que Juninho ou outro nome de confiança do prefeito se apresente como a alternativa viável para dar continuidade ao grupo no poder.


Enquanto isso, a população observa o jogo de aparências e as movimentações silenciosas, na expectativa de que, ao fim, o interesse coletivo prevaleça sobre os interesses pessoais e as estratégias de poder.

Programa Balança Sergipe

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